A estruturação do Centro Espírita

 

Após a codificação espírita ser registrada nos seus fundamentais cinco livros, Allan Kardec viu a necessidade de criar um núcleo de estudos espíritas, o qual denominou Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas.

Como entendia que Doutrina Espírita deveria andar lado a lado com Movimento Espírita, tratou imediatamente de nos deixar orientações sobre a que se destinava esta sociedade e de como ela deveria se estruturar em diferentes aspectos.

Um Centro Espírita é uma construção espiritual muito além de ser uma construção material e, como tal, precisa de cuidados. Preocuparmo-nos com as solicitações materiais de uma Casa Espírita é papel básico de nós todos. No entanto, fortalecermos o ambiente espiritual do Centro Espírita que deve ser regado de equilíbrio e paz, sobriedade e luz, além da fidelidade doutrinária, é o que de mais relevante podemos destacar.

Como fazer isto?

Comecemos cuidando dos aspectos físicos da Casa Espírita inspirados nos objetivos espirituais mais nobres da instituição. Veremos então que se estivermos sintonizados com o ambiente espiritual da casa, construído e alimentado pelos mentores da instituição, facilmente solucionaremos dificuldades e organizaremos o ambiente material.

Quanto ao ambiente físico, Allan Kardec sugere que as sedes dos Centros Espíritas devam ser razoavelmente dignas de receberem seus adeptos com conforto e segurança, sem luxo nem extravagâncias. Certamente, as condições variarão de acordo com as possibilidades de cada local, mas que tudo prime pela beleza, harmonia e limpeza.

Que não confundamos necessário e supérfluo quanto ao mobiliário, utensílios diversos e dependências da instituição. Que tudo seja em quantidade e qualidade suficientes para atender aos que lá chegam, além de condizentes aos fins a que se destinam.

Atentemos também para a higienização do local, tornando o Centro Espírita de uma atmosfera agradável, cuidando-nos sobretudo do essencial: a higiene dos pensamentos e sentimentos.

Quanto aos estudos e palestras, ressalta Allan Kardec a importância de “curso regular de Espiritismo” convidando-nos a investir nos grupos de estudos e na qualidade das exposições doutrinárias. Nada de inovações e sim, o convite constante de renovação interior através do estudos das bases doutrinárias e do Evangelho.

Quanto à divulgação doutrinária, agucemos a percepção vinculando nos murais, periódicos e jornais, mensagens fidedignas e coerentes com os postulados espíritas.

Bibliotecas, reuniões públicas e mediúnicas, escolas espíritas de evangelização, frentes de trabalho social ou quaisquer outras iniciativas da Casa Espírita sejam sempre mensageiras de amor e luz, sedimentadas nos ensinos de Jesus e do codificador.

E por último, tenhamos cuidado com “vias e meios” para a manutenção do Centro Espírita buscando o recurso com lisura e retidão.

Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”.

Para a manutenção da obra é preciso captação regular de recursos e capitalização a fim que ao ritmo do trabalho não seja prejudicado. Diz-nos Allan Kardec que na economia de uma Casa Espírita é preciso uma administração previdente.

Um Centro Espírita é um ponto de luz edificado no mundo espiritual muito antes de ser concretizado na Terra.

Não ofusquemos este brilho.

Trabalhemos com Jesus e sirvamos em Seu nome.

 

Scheila Costa Maia, publicado no jornal Novos Tempos, do C.E. Augusto Silva, edição nº 45